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Showing posts from April, 2007

um sonho ruim com você

Quase no meio do campo, presumiu Fausto. O quadrado imenso de grama verde, dessas comuns que nascem em qualquer coco de bebe, milimetricamente medido. Tantos pra cá, outros idênticos tantos pra lá. Pronto! Igual! Algumas nuvens, chatas e cinzas, mas algumas com tons especiais. Rosa desbotado, a cor da pipoca doce; e Fausto gostava com muita manteiga de garrafa, e quando conversava com o Seu Jair, e seu radinho pegando as ondas sertanejas. Ô pipoca boa era aquela, sua boca enche d´agua, nas mãos o óleo da manteiga era percebida aos poucos, e inundando aquele papel acinzentado e o transformando num cinza quase preto. Olhava para frente, para depois lançar os olhos por sobre seus ombros à esquerda e a Esplanda continuava iluminada do amarelo dos carros, e tremeu frio, sentiu suas mãos molhadas, mas andava tranqüilo como sempre foi; uma tranqüilidade de doidão. Sempre achando que tem alguém olhando para ele.E Vupt!, um vulto passa ao seu lado, não tão perto para tocar. Olhou. Era um seu ni

Bang Bang Frank

Prollugum - Por quê seu blog se chama Bang bang Frank? - leitora (sei que são a maioria; não escrevo para homens.) - Ah, foi o meu primeiro post. Botei um nome que eu achava legal e fiz o um texto sobre ele - Bassáltamo, alisando a barba e acedendo um cigarro fedorento. - Nossa! - leitora, tapando o nariz e se retirando. - Tomei banho hoje? - se pergunta o nosso herói. - Quando crescer quero ser igual ao Boris Vian. - Espírito que faz Bassáltamo escrever. Bonum est in quod tendit appetitus* No galope marcial do alazão. Os olhos quase cerrados, mascando fumo. Uma cusparada sai tão rápido que mal a sente se desvencilhar de sua boca - boca que se vai em formato do "o", e são os lábios que fazem toda a força, "ptshh". Puxa a rédea com força, o cavalo relincha. Ao longe vê algo parecido com uma diligência, indo para as bandas do sul; mineiros talvez. O entardecer é bonito, e mais bonito fica ao se entrelaçar com a fumaça que saí da fogueira, dando um tom

estiagem

Nos meses de setembro, a secura do ar castiga na Ilha. Em todo o Brasil se dá notícia de calamidade pública, velhinhos desmaiados em filas. “Hoje, Em São Paulo, a umidade do ar chegou a alarmantes 20%. A Prefeitura já anunciou o Estado de Calamidade, onde todas as atividades comerciais externas estão, até segunda ordem, suspensas”. – dizia o repórter engomadinho, e com gel - sempre desconfie de pessoas que usem gel. Mas aqui, mais do que todos os lugares, a abrasividade do sol vinha sem dó. A boca secava em instantes, e se concentrava em uma gosma branca e todos diziam “Bebam água, litros e litros por dia”. Em Brasília, com seus 10% de umidade de ar, seguia tranqüila. Até escola tinha! Os bebedouros de emergência, feitos de barro marca Passarinho azul - que acompanhou Fausto até os seus mais avançados no curso de sua educação - eram colocados nos cantos de cada sala, pelo auxiliares escolares. Sempre velhas moças, com o sorriso seus trintas, mas as marcas dos

caixinhas chinesas

Rua Nevski fica em São Petesburgo, onde nos cantos das calçadas, ao lado, tem um musgo preto provavelmente, resultado da Grande inundação de 1699, este qual é culpado de uma infecção bacteriana em 1756. Sendo a rua mais importante de toda Rússia, uma capital moderna se comparada a Moscou, lugar dos misticos de membros enormes. Isso não cabia mais em lojas de artefatos que vendiam o mundo em suas prateleiras. Cafés da Arábia, com baba de camelo e grãos de areia, os mais belos fumos - indianos, do Rio da Prata, africanos. Os carros passavam por lá como transeuntes. Em qualquer outra parte desse país de dimensões continentais, era coisa para ser visto não mais que uma vez em toda a vida. Descendo a Nevski, conversando com ela, admirando os inúmeros dejetos sobre ela lançados. Como eram diversas. Papeis de biscoitos suíços, garrafas de vodka, um pombo morte, esbugalhado por algum carro. As luzes eram acessas pontualmente as cinco, como esbanjam claridade, era tão grande que mesmo estando