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Showing posts from 2008

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Esse blog acabou!

ab-ortus

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Abraxás Nunca nem olhou no dicionário para saber se o que Sinclair falava era verdade, aquilo apenas fazia sentido; aliás, todo. O Deus Abraxás. Era tão fácil percebê-lo. Quando se olha para um gramado verdes, com flores de aromas mais diversos. Tudo ao se olhar parece sereno e perfeitamente postado ali para desenvolver aquela determinada missão. As árvores balançavam e suas copas se deixam jogar no sopro do vento. Os passarinhos em trio fazendo acrobacias e cantando: "Piuu -u – oooo- piuuu". E um palpitar no coração dispara um raio que vai para o pé e chutado de volta para os lábios. E lentamente um sorriso vai se abrindo.E canta, acompanhado a melodia dos pássaros "Sem ar, sem peso para carregar!" - sentiu uma vontade de sentar de pernas cruzadas como já não fazia em duas décadas. Isso é o ditoso, o bom. Mas e quando o dedo do assassino escorrega para o gatilho, lento, para tirar o máximo proveito. Fausto o faz pelo prazer; cerra um pouco os dentes e senti sempre

and when i die i don't wanna choke on my last breath

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Cadence Weapon i think I'm ready to quit commercials sets the precedent the truth is ruthless with the smoothest of pestilence i tried to finger point what ashes to anoint till i found allow that couldn't strip joint at the hip selling point was demographics the younger the better, your brother would sell' er some antics antics, zany is the brain you get de-fried but the companies are hungry for this distant design or the youth culture supulca, two users and doomed futures, an industry for the heartless business man business plans are in-demand but this man be drastic cause they're nothing more American than smoking someone's bones from out the closet they probably just have decapitated names cold-gated scums with that home on the range pages of scripture about pain and evictions with a field of caskets, a modern Damascus into my abode humble stumbling over opposing numbers crumbled pillars under which a mother wouldn't know comfort but let me get this straight,

gris dedans au bleu

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As suas mãos estavam tão brancas, suas veias pareciam estradas. Passava sua mão esquerda na colcha, que parecia estar tão limpa e branca, mas estranhava por estarem tão lisas, não sofrendo atrito algum. Tentava tocar seu corpo, mas este lhe parecia tão frágil; tinha medo, muito medo. Queria fazer um poema sobre aquele momento, o seu grande momento, deveria se fazer algo estando naquele estado. O que ele ia fazer, dar um suspiro e pronto. Não! Queria dizer as coisas mais bonitas, mais humanas. Ir contra tudo e profanar a cruz. Acendeu a vela que estava do seu lado, apagou as luzes. Nenhum padre iria velá-lo. A vela é egoísta e fraca; na verdade não ilumina o quarto, só a ela mesmo, como todo seu esplendor branco e suas consistência dúbia. Fora de seu centro não havia nada, só a penumbra. Ah! A romântica penumbra, que tanta vez ele quis, ao ficar com uma mulher, para se ver revelada a ele, só ao toque, a visão era privada de tal conhecimento. Tinha medo desta penumbra, lhe ocultava misté

adágio

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Na curva celeste era onde você deveria me esperar. O dia haveria de ser iluminado, como na hora em que Deus falou: “Que haja luz!”. A cornetas tocariam em harmonia indo a seu encontro, te falar que eu te espero, paciente, onde me deixou. Sim, está frio e chove fino, sua falta me fez chorar e com meu choro vem a chuva; fina por que meu choro é contido, escondido. Tenho vergonha! Digo isso agachado; com as gotas misturadas às lágrimas escorrendo na ponta do meu nariz. Já nem posso me ver, embaixo de mim se formou uma poça composta de uma trindade magoada: dor, sangue e vento. Vento que sai para os quatros cantos uivando por ti. Caem nessa poça as minhas lamúrias, ao tocar uma gota, círculos concêntricos se formam tampando minha face; quanto mais tento olhar, mais sou deformado. Irado, pulo repetidas vezes até que a possa se espalhe e agachado novamente começo a babar e como o elástico de saliva pendendo em minha boca, eu blasfemo o amor.

vocE não estava lá

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Os pássaros são criaturas absolutamente perfeitas. Seus planos de vôo, seu domínio do céu. Os homens sempre olharam com inveja essa incrível habilidade de planar no céu, poder comer as nuvens, e para os que estão lá embaixo, lançar olhares, como um belo aristocrata. Pássaros precisam de sombras minúsculas para se refrescar, podem ficar sem gastar um pingo de energia ver tudo. Mas se repararem suas pernas são tão finas, parecem gravetos. Eles se movimentam com lerdeza no solo, são desacostumados a se oprimido pela gravidade. Malditos sejam. Reza uma lenda que o vulcão Uiploc, vulcão escondido na Irlanda, irá acordar e devastar tudo na terra; e os únicos que sobreviverão serão aqueles da espécie homem-pássaro. Homens e mulheres com as pernas incrivelmente finas e curtas, mas com braços imensos, musculosos peitos, que de tanta tração que geram, conseguem vencer a gravidade e voar. Não era agora um homem voando com asas de cera, eram maquinas aéreas. E, é claro, eles matariam tudo por comi

kanye west - big brother

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Staduim status Uh My big brother was Big's brother Used to be Dame and Bigs brother Who was Hip Hop brother Who was No I.D friend No I.D My mentor Now let the story begin Its the hard knock life to Sell out, picture us in the mall Copin iceberg and yell out Jigga Jigga Yea that's what we would yell out Yell out You know the name do I gotta spell out or tell bout J a y and Ye so shy Now he won't even step to his idol to say hi Standing there like a mime And let the chance pass by Back of my mind he could change your life With all these beats I did at least let him hear it At least you could brag to your friends back at the gig But he got me out my mama crib Then he help me get my mama a crib Big brother was Bigs Brother Used to be Dame and Bigs Brother Who was Hip Hop brother Who was No I.D friend No I.D my mentor Now let the story begin, begin Let the story begin story begin If you feel the way I feel why don't you wave your hands, hand Fresh off the plane I'm off t

brainstorm jack

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E nós, andando por aí com os pés firme a gravidade. Olhando com olhos mareados aquilo que construímos. Frágeis mistura de ossos e carne mole, boa para comer. Cabeludinhos nos peitos, barba na cara. Tentando ali se comunicar. Roda, olha a gente inventou a roda; e a roda rola. Necessitamos ter perto de nos uma privada, e que tenha água dentro, por favor. Quando os olhos, agora seco e cheios de remela, se abrem na manha bonita de Brasília, ás 6h e 55min. Olha lá, vemos a cor do melão, ali estampado no quadro que é a sua janela. Lindo, e escovamos os dentes, pois precisamos deles afiados para comer a coisas que botamos pra dentro. Que mania chata de um escrevente que fala em Terceira pessoa. Quase que obrigando o leitor a concordar com as baboseiras do texto. Mas digo que a beleza da espera pelo fim, a cada dia, me toca mais. Vivemos e colecionamos memórias, amigos, amores. Nós apegamos a tais lembranças, vividamente, desejando possuir uma vez mais. No recordar da alegria, no passado novo

Dave Foster Wallace RIP

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A primeira coisa que li sobre este autor exaltava seu talento, demonstrado pela ambição de sua mais notável obra, o romance Infinite Jest , de 1996. Se você ainda não leu este livro, não perca mais tempo , encomende sua cópia. É meu romance favorito, diria se a preguiça já tivesse permitido ler toda a lista acumulada aqui na estante. Digo, então, que é o romance que mais me impressionou. É dele que falarei aqui, apesar das várias outras coisas que DFW escreveu. Por tantos motivos… múltiplos motivos e atributos, concentrados em mais de 1000 páginas (das quais umas 200 são notas de rodapé), em diversos personagens, cenas, narrativas. Tomará algum tempo, mas de forma alguma será tempo desperdiçado. Tanto que ele consegue, he pulls it off, faz com que você leia todas elas, utilizando um marcador para a história e outro para as notas (esta é a primeira dica que os veteranos de IJ dão); o livro é mesmo tão bom que, logo você lê sua última página, torna a consultar a primeira (primeira p

mentes

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Tenho visto sua cara Tenho visto coisas lindas na sua cara Tenho tido muita farra Não sei como vou voltar para minha casa Nada interessa Que idéia é essa? Mentes suburbanas se perdem na festa Que interessante! Nada interesante Mentes suburbanas enloquecem a festa Noite tola Tira a roupa Fica louca para eu te botar na boca Noite tola Fica louca Tira a roupa para eu te botar na boca

quem - os ilícitos

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Você tem alguém Alguém para se chamar bem Você tem niguém Alguém para se ficar sem Não vale nada Não vale nada o tempo gasto aqui Gasto aqui

todas as poesias são de amor

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A solidão me pega solto E vira algo real e intrasponível No lugar do viver, Uma ânsia a cada minuto Minha sina é esperar? Isso não sai de mim; Por mais que tente, infantilmente, tenatr parar O meu quebra-cabeça parece não ter par Passam-se anos e o poço fundo continua seco O agreste invade minha boca E delas só saem heresias contra o amor Eu o blasfemei Por mil vezes o reneguei E agora, diante do espelho, sozinho Frente a frente com minha complexidade Vejo ele cristalino; o bendito do amor

virgindade

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Fausto andava uma quadra a mais que a do colégio quando chegava mais cedo à aula. O sinal batia às duas da tarde para os alunos do turno vespertino. Ele pegava o ônibus para a W3 Norte logo após do almoço, com a barriga ainda cheia, sonolento e com bafo de comida, que nenhuma escovada tira. Dependendo no trânsito caótico da via, cheios de sinais vermelhos, movimentação dos escritórios do Setor Comercial Sul, saída de shoppings, escolas; tudo convergia para a W3 Sul. Mas havia dias, quando o motorista estava inspirado, e os deuses também, que o ônibus 4523 da Viação Planeta pega a onda verde de sinais. Com uma constância de 60km/h embarca assim com uma corrente marítima. Portanto Fausto chegava muito mais cedo, às 1:15 e não querendo entrar de imediato no antro educacional de paredes verdes vômito ele aproveitava esses trinta minutos para ficar no parque, uma quadra acima do Salles. Esse parque é um oásis no meio do deserto. Dava para a W4 Norte tinha um prédio baixo, de três andares e

texxxto antigo

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tick tick faster Se algum dia eu soubesse que o mundo fosse acabar, não iria tentar ir para outro lugar, fugir; como comumente se vê nesses filmes onde há um engarrafamento de vários quilômetros. Também não iria sabotar lojas - embora me pareça muito interessante roubar uma loja de doces ou se divertir em um hiper-mercado; afinal, esses são seus sonhos de infância. Eu rumaria, não importando o quão longe fosse, para o maior labirinto que eu pudesse achar, e munido tão somente de uma mochila cheia de maças verdes azedinhas. Chegando lá, iria correr o mais rápido que pudesse pelos caminhos tortuosos, e claro, dando de cara com paredes e com o latente sofrimento de nunca sair de lá. Iria fazer planos de fuga, traçar caminhos para encurtar distâncias, isso sem nunca ter olhado a planta da estrutura; ele viria da minha cabeça. Esse exercício iria me entreter por um bom tempo, até esse divertimento acabar, espero eu, o mundo já ter se esvaído. Senão, as coisas começariam a complicar. A solid

eu acredito em papai noel

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Perdoa toda a falta de tato O beijo seco apaixonado Por um instante senti minha vida passar por teus lábios A sua essência me fez flutuar Hoje , dia 3, me vi respirando fundo por ti Pela sua simples lembrança Perdoa a falta de modos Mas quero, por instinto, tomá-la em meus braços Ver curioso sua intimidade Te procurar dentro do teu ventre Perdoa pelo tempo Sei que se passou muito tempo Mas não faz mal, por que ao te ver; Vi que o tempo lhe havia feito bem Estás linda! Me deixa beijar tua boca, tua saliva, teu cheiro E sussurrar que em meu coração tudo permanece no pause 

venha

juno

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eu ainda acredito na humanidade

solidão em um sexta à noite

Fausto estava no bar fazia tempo. Olhava para a porta de entrada na esperança de encontrar o rosto amigo, que em breve, esperava Fausto, fosse um rosto de amante. A bebida quando se esta sozinho se torna mais amarga, porém mais inebriante. Não esperava compaixão, que dissesse logo o que queria, sem rodeios. Ao se deparar de frente com a solidão de forma sólida, se percebe o tanto que um ser humano pode infringir a si mesmo, sem dó, como seu pior inimigo. As horas do fim da tarde se tornavam rapidamente as depressivas horas do começo da noite, onde as possibilidades estão à mostra, mas sem qualquer definição. E virava mais um gole, como se fosse um fardo enlouquecer sua cabeça, que de tanto enlouquecida se tornava dia após dia   mais difícil de tirar do sério. A conversa das outras mesas ficam interessante, Fausto tenta focalizar seu poder auditivo para a vida alheia. Comparava com a suas e fazia a média. No final de suas contas tendenciosas sempre falava: Não estou tão mal assim!

trinta segundos

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Ainda tenho aquele furo na cama O furo no coração Tenho saudades da fama Que você me deixou entregue a solidão E você aí, dizendo que me ama Fazendo planos para daqui mil anos Sem saber que o amor é líquido e derrama Cai no chão e flui em canos Na madrugada viro um lobo solitário Com os olhos vis e cansado Sentindo frio e suado Morrendo rápido mas aos poucos Querendo sempre mais Passear no cais Navegar no mar Para que eu seja só teu E tu só minha Inha

curta-metragem

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Caros, Foi um mês de novidades para mim, além de ter pblicado meu primeiro conto, foi premiado um curta-metragem de animação em que eu dublei o personagem principal, o Dógui. Fiquei muito feliz pelo convite que me foi feito pela Júlia Martins, diretora, e espero que seja o primeiro de muitos. O curta vai ainda passar por festivais internacionais: Philpadelphia Independet Film Festival (EUA) e no Cinema Jove Film Festival (ESP). http://www.curtaocurta.com.br/jornal/1611/ http://philadelphiaindependentfilmfestival.blogspot.com/2008/06/saturday-june-28-screening-schedule.html http://www.cinemajovefilmfest.com/ficha.php?id=221559&PHPSESSID=30e045e419ee671a0dfabfc064398249 Sinopse Dógui: o cão da globalização Diretora: Júlia Martins O curta-metragem "Dógui: o cão da globalização" trata o tema da globalização sob um ponto de vista inusitado: o de um cachorro. Os personagens são desenhados a mão e animados digitalmente sobre cenários reais, filmados em 16mm.

hiper(atividade)

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E o sono que não vêm? Por onde anda esse moleque? Que brinca sozinho à noite, no escuro Suas brincadeira são muitas! Amigos não lhe faltam A sua companhia é mais que bem vinda Quando chega a hora, peço que se deite comigo Ele, inquieto, gira de uma lado para o outro Diz que a cama está fria, que os lençóis são poucos “Paciência” – lhe digo, já já esquentará Quando então a cama está quente, se agita para brincar Então, me embala com sua brincadeiras mudas Estas quais não pretendo abandonar.

Livro Entrelinhas

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Caros leitores, Este humilde escrevente que vos fala teve a honra de ter publicado um de seus conto em um livro de antologia. Caso os senhores estejamos interessados na leitura, por favor, me informem! O livro é editado pela Andross Editora e conta com a prticipação de diversos escritores, que como eu, são iniciantes. Desde já grato, Bassáltamo Mohammed Ali Ratsen http://www.andross.com.br/

peach puzz

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Apesar de toda a seca que havia na cidade, quase como por um milagre, ela conseguia deixar sua pele macia e sedosa. O fazia só para o meu deleite. Apertava a bisnaga e entorna um bom bocado em suas pequeninas mãos. Passava primeiro na palma esfregando gentilmente. Depois, como em uma oração, aplicava o creme de pêssego, entre seus dedos. Após no pulso, e para se livrar do aspecto úmido, esfregou o braço inteiro. Ao ver que eu a observa, ficou envergonhada e com o mindinho tirou alguns fios de cabelos que lhe atrapalhavam a visão. Ao passar meu nariz por seu pescoço senti a mistura de seu cheio natural com o creme; tão inocente, ela queria ser agradável com um olfato. Mal sabia que era minha visão que se deleitava. Mesmo tudo estando tão ruim lá fora, sinto que aqui dentro nos poderemos mudar o mundo. Entreteçamos as mãos e olhamos para o teto, o cheiro do quarto não era páreo para o seu cheiro tão bom. Venha dizer que a vida se foi sem querer. De sua boca me delicio com o extrat

só você me desenhou

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Venha dizer que a vida foi sem querer Imaginando um aquário para sobreveiver Você nunca gostou das palavras duras que eles usaram Nunca quis olhar no dicionário o medo Se tudo está longe Num tempo distante Vai se embora grande O trem que parte agora, está cheio E você não vai estar no meio Vão dizer não Um espaço que vai longe Com estrelas infinitas Com poemas nunca escritos Com peles nunca antes vistas Não faz mal Não faz mal Nessas ruas coloridas Nessas ruas esquisitas Nesse palco infinito Nessa nuvem cinza escura Vai para longe cavalgando o cavaleiro Vai de sorte Como quem parte pra morte Num duelo fatal Em sua bolsa um cerrado Um livro de poesias Um pequeno laço em fita, dado por Margarida Sabes o preço do teu amor? Quando vai embora dá muita dor Muita dor E de tantas palavras escritas; só você me desenhou

Astro Rei

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Longe, Longe, Longe Astronauta, já viu para a lua com você Aqui não ter ar, não tem peso pra você carregar Quero voltar pra ter ver Ver marcianos verdes Ver jupiteriana com três bocas Astronauta, longe da terra vai Onde estará a resposta Que eu procuro em minha vida obscura, como não sei o quê Um instante, astronauta Me explica para onde eu vou sem mapa Astrnauta, explica para mim Longe, Longe, Longe Sem ar Sem peso Sem ar, eu tô sem ar

mulher solteira

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Você me olha com seus olhos De pavor e de ser doutor Vêm, que o braço te espera Vejo você sozinha cuidando da sua cria Mas não acredito É mentira Um pouquinho jovem, moça velha, por favor! Escute esse bormio que não é nada ator Gosta das coisas boas da vida Quando meu pai me disse: Filho, boa sorte Sorri com o sorisso velho, mulher solteira Mãe do filho O que acontece com a pele? Juventude E o filho pergunta: Cadê meu pai? A mãe responde: Tá viajando, mora no Uruguai Quero cuidar de você, mãe solteira Seu sorisso meu encanta! Num céu vermelho Vão sorrir para você estrelas; minhas Mandei pintar para te dar Nunca abandone suas pretenções Aqui fora é uma escuridão Eles vão vir atras de mim Vão vir sim.

verde

Na cama eu chutava os lenços e desdobrava o travesseiro. Não conseguia parar de pensar em você. Olhava para o teto procurando alívio na cor branca. Uma cama não é o lugar para se passar só estando acordado. Calcei as surradas havaianas brancas e azuis e só então me dei conta da chuva esmurrando o telhado da minha casa. Fui para a varanda ver as gotas caindo e caindo, e se esparramar pela grama fofa deixando-a molhada, úmida e boa. Depois de um pesadelo, quando era criança, acordei no jardim de casa, dormindo como um anjo envolto de folhas de bananeira. Me faz salivar o gosto da tua saliva, arrepiar meu corpo todo. Coço a cabeça por não haver explicação. De todos os fiapos de cabelo nesta mesa; nenhum deles é são. Sentado na cadeira só na madrugada eu estou arrependido. Sinto por trás de mim uma mão de outra que não é a tua. Rôo-me de aflição e fico entre amor e paixão. Sinto nas pontas de meus dedos aquele cheiro vulgar, o batom esfregado, os dentes bem afiados, a maquiagem borrada.

luto

Brasília, 19 de março de 2008 À minha avó Elza, Desde sempre você foi parte de minha vida. Minha mãe me falava que em sonho tu já tinhas me visto, correndo com meus cachinhos dourados para junto de meus pais. Meu pai que até então não sabia se poderia ter filhos ficou maravilhado com essa possibilidade e que lendo sua carta motivou-se para profecia se concretizar. Foi aí que nossa história começou. Sempre que ia te visitar, no meio de toda agitação da casa, você sempre dava um jeito de me chamar de lado, pedir para sentar-me junto a ti para que pudesse me ver, e olhava dentro dos meus olhos, e dentro dos teus eu achava amor infinito. Alisava meu cabelo, sempre com um sorriso bondoso que seria impossível diminuí-lo em palavras, e me enchia de beijos de tal forma que me inflava de vida. Queria me falar sobre as coisas da vida; algumas talvez tenha apreendido, outras tantas ainda levarei muito tempo para compreender o seu completo significado, que por detrás das suas mãos a

only one can win aka 201

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Eu me convenci que estou apaixonado por você. Eu conscientemente me dei conta disso, como um raio que parte a racionalidade e as convenções. No meio da conversa, enquanto você ria ao falar coisas especialmente vagas, só para preencher a cena como uma movimentação de lábios, eu te via uma forma diferente. Quando aconteceu não havia barulhos, conversas de terceiros, que eu insistia em sempre ouvir algo, do barulho do vento, dos sapatos. Eu queria constantemente te tocar; seja nos ombros, alisando as mãos, te envolvendo meus braços em sua cintura, de modo carinhoso, de modo a fazer você se sentir bem, com minha calada, mas sempre alerta presença. Sempre que me perguntava alguma coisa, eu prontamente concordava e chegava mais perto para sentir teu cheiro, não o do perfume, fico em busca do natural, aquele que me desperta um arrepio frio ao longo de minha espinha. Trinta e nove borboletas ficam batendo asa na minha barriga. Pela primeira vez sinto fisicamente meu coração, batendo por ti, e

carta de suicídio nº5

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Com sol e chuva, eu chorava. Via-me estranhamente delineado no espelho do banheiro baforento. Cheio de vapor. Meus olhos eram apenas framboesas vermelhinhas, de resto era uma olheira vergonhosa. Pior do que de bêbado. Pior que de puta. Os meus cabelos estavam úmidos, e eu, e eu compulsivamente passávamos a mão neles. Em entre risos e risadas e imensas sessões de choro convulsivo. Cantando Clube da Esquina. Cheirar teus cabelos cacheados, como os meus. De me questionar da forma abrupta que seria. Mas eu dedicadamente queria ser um predestinado a viver pouco. Ousei dar uma risada mórbida com Álvares de Azevedo, o mestre dos cães. Tomei os comprimidos bem devagar, meticulosos, um, dois, três, quatro, um pó, acompanhado de goles de vinho barato. Era a hora do homem ir se encontrar com sua negritude mais impenetrável. Os olhos não se acostumam jamais. Tateei. Meus pés, eles pisam cuidadosos, nunca andaram naquele terreno.Solito, com as mãos tapeadoras, tapeadoras, até encontrar um chão on

heard ´em say

"They say people in your life are seasons, And anything that happen is for a reason. Cuz every worthless word we get more far away, and nothing's ever promised tomorrow today, And nothing lasts forever but be honest babe, it hurts but it may be the only way"

cada dia um dia a menos. e contando...

No chão os chicletes amassados são como as estrelas no céu. Dentro da minha cabeça um milhão de perguntas sem respostas, coisas bobas, coisas sérias. A bondade que acho que tenho não é cristã, nem de quaisquer outras religiões disponível. Eu penso sobre coisas, coisas que não fazem sentido algum a não ser para mim. Pára, pára só um minuto. Os meus olhos dão a volta no globo ocular, à direita vendo uma criança brincar e ao seu lado namorados a se beijar. Simultaneamente sinto uma inveja dupla; da criança por carregar a pureza nos atos, sem malícia, e dele que segura a mão dela tão gentilmente e a beija nos lábios com sua tácita permissão. Tudo que queremos ou foi há tempos atrás ou aquilo que sabe que nunca terá. Não há como evitar, minha mandíbula rói minha boca e tento esconder atrás da minha educação. Deveriam as pessoas andarem assim, tão rápido? Tão rápido que não posso atingi-la com minhas palavras. Mentira minha se disse que são de minha autoria, de meu próprio punho. Apenas pe

ventiladores

Na comercial da 506 Sul, atrás da padaria, perto de um cotoco de madeira onde os sargentos aposentados jogavam dominó de manhã, perto da árvore nova que oferecia pouca sombra. Restava Teresinha, imóvel, como uma estatua grega, querendo conter o choro em sofrendo com isso. Calculava inúmeras vezes em sua pequena racional cabeça: 1º de janeiro de 2008, menos, 1º janeiro de 1972, igual a ... Não ousava falar. Ricardo era sua ultima oportunidade. Bom com ela, bom rapaz. Já havia começado a pensar em passar o resto da sua vida com ele. Pouco mais de cinqüenta anos. Precisava achar alguém. Alguém bom, como Ricardo que tinha os poucos cabelos muito bem acertados em sua testa de nordestino misturado com paulista. Mantinham as unhas curtas e limpas, sempre. Seus óculos eram limpos ao menos 3 vezes a cada 30 minutos. Tinha os lábios muito agradáveis de beijar e não era muito assanhado. Ele não ia ser o primeiro, mas com certeza iria ser muito bem recebido, pensava ela. Realmente achava que ch

a melhor música do Blur

Out of Time - Blur Wheres the love song to set us free Too many people down, everything turning the wrong way round And I dont know what love will be But if we stop dreaming now, lord know well never clear the clouds And youve been so busy lately That you havent found the time To open up your mind And watch the world spinning gently out of time Feel the sunshine on your face Its in a computer now Gone are the future we way out in space And youve been so busy lately That you havent found the time To open up your mind And watch the world spinning gently out of time And youve been so busy lately That you havent found the time To open up your mind And watch the world spinning gently out of time Tell me Im not dreaming But are we out of time (were) out of time (x4)

São Senhor do Divino

enseada Queria espairecer, e que lugar melhor para fazê-lo que a imensidão do mar. Contava de sua casa à praia uns cem passos.A noite ia mansa, quase imperceptível, na rua só o barulho de seus pés e o vento praiano - que como criança é indeciso, rumava e soprava para todas as direções, mudando ao seu bel-prazer. No caminho, quase que como miragem, viu em um terreno baldio um cavalo alvo; que por capricho, contrastava com o negro da noite. E a lua era cheia, prata que é reluz; reluzia tanto que dava até sombra a esse notívago inquieto. Mal percebeu que já estava defronte ao seu destino. Deixou os pés nus e entrou na reflexão que daria paz ao seu espírito. A areia estava fofa, e era com dificuldade e com as pernas arqueadas que transitava praia adentro. Mas não demorou para que a areia se encontra-se úmida e compacta, e assim facilitando a caminhada. A maré era cheia, e a lua estava lá atrás, do lado oposto ao mar, o puxando - e como o mar é obediente só a ela a seguia, e por isso esta