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carta de suicídio nº5

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Com sol e chuva, eu chorava. Via-me estranhamente delineado no espelho do banheiro baforento. Cheio de vapor. Meus olhos eram apenas framboesas vermelhinhas, de resto era uma olheira vergonhosa. Pior do que de bêbado. Pior que de puta. Os meus cabelos estavam úmidos, e eu, e eu compulsivamente passávamos a mão neles. Em entre risos e risadas e imensas sessões de choro convulsivo. Cantando Clube da Esquina. Cheirar teus cabelos cacheados, como os meus. De me questionar da forma abrupta que seria. Mas eu dedicadamente queria ser um predestinado a viver pouco. Ousei dar uma risada mórbida com Álvares de Azevedo, o mestre dos cães. Tomei os comprimidos bem devagar, meticulosos, um, dois, três, quatro, um pó, acompanhado de goles de vinho barato. Era a hora do homem ir se encontrar com sua negritude mais impenetrável. Os olhos não se acostumam jamais. Tateei. Meus pés, eles pisam cuidadosos, nunca andaram naquele terreno.Solito, com as mãos tapeadoras, tapeadoras, até encontrar um chão on

heard ´em say

"They say people in your life are seasons, And anything that happen is for a reason. Cuz every worthless word we get more far away, and nothing's ever promised tomorrow today, And nothing lasts forever but be honest babe, it hurts but it may be the only way"

cada dia um dia a menos. e contando...

No chão os chicletes amassados são como as estrelas no céu. Dentro da minha cabeça um milhão de perguntas sem respostas, coisas bobas, coisas sérias. A bondade que acho que tenho não é cristã, nem de quaisquer outras religiões disponível. Eu penso sobre coisas, coisas que não fazem sentido algum a não ser para mim. Pára, pára só um minuto. Os meus olhos dão a volta no globo ocular, à direita vendo uma criança brincar e ao seu lado namorados a se beijar. Simultaneamente sinto uma inveja dupla; da criança por carregar a pureza nos atos, sem malícia, e dele que segura a mão dela tão gentilmente e a beija nos lábios com sua tácita permissão. Tudo que queremos ou foi há tempos atrás ou aquilo que sabe que nunca terá. Não há como evitar, minha mandíbula rói minha boca e tento esconder atrás da minha educação. Deveriam as pessoas andarem assim, tão rápido? Tão rápido que não posso atingi-la com minhas palavras. Mentira minha se disse que são de minha autoria, de meu próprio punho. Apenas pe