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Showing posts from April, 2008

Astro Rei

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Longe, Longe, Longe Astronauta, já viu para a lua com você Aqui não ter ar, não tem peso pra você carregar Quero voltar pra ter ver Ver marcianos verdes Ver jupiteriana com três bocas Astronauta, longe da terra vai Onde estará a resposta Que eu procuro em minha vida obscura, como não sei o quê Um instante, astronauta Me explica para onde eu vou sem mapa Astrnauta, explica para mim Longe, Longe, Longe Sem ar Sem peso Sem ar, eu tô sem ar

mulher solteira

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Você me olha com seus olhos De pavor e de ser doutor Vêm, que o braço te espera Vejo você sozinha cuidando da sua cria Mas não acredito É mentira Um pouquinho jovem, moça velha, por favor! Escute esse bormio que não é nada ator Gosta das coisas boas da vida Quando meu pai me disse: Filho, boa sorte Sorri com o sorisso velho, mulher solteira Mãe do filho O que acontece com a pele? Juventude E o filho pergunta: Cadê meu pai? A mãe responde: Tá viajando, mora no Uruguai Quero cuidar de você, mãe solteira Seu sorisso meu encanta! Num céu vermelho Vão sorrir para você estrelas; minhas Mandei pintar para te dar Nunca abandone suas pretenções Aqui fora é uma escuridão Eles vão vir atras de mim Vão vir sim.

verde

Na cama eu chutava os lenços e desdobrava o travesseiro. Não conseguia parar de pensar em você. Olhava para o teto procurando alívio na cor branca. Uma cama não é o lugar para se passar só estando acordado. Calcei as surradas havaianas brancas e azuis e só então me dei conta da chuva esmurrando o telhado da minha casa. Fui para a varanda ver as gotas caindo e caindo, e se esparramar pela grama fofa deixando-a molhada, úmida e boa. Depois de um pesadelo, quando era criança, acordei no jardim de casa, dormindo como um anjo envolto de folhas de bananeira. Me faz salivar o gosto da tua saliva, arrepiar meu corpo todo. Coço a cabeça por não haver explicação. De todos os fiapos de cabelo nesta mesa; nenhum deles é são. Sentado na cadeira só na madrugada eu estou arrependido. Sinto por trás de mim uma mão de outra que não é a tua. Rôo-me de aflição e fico entre amor e paixão. Sinto nas pontas de meus dedos aquele cheiro vulgar, o batom esfregado, os dentes bem afiados, a maquiagem borrada.