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Showing posts from June, 2011

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Resplandece na superfície qualquer coisa de puro. Um instante autônomo de nossa vontade, o impulso instintivo dos sentimentos. Impulsos dados contra a vontade do cérebro racional. E impassível, permaneço alheio perante minha vida. O choro vem compulsivo e certeiro, desarmando barreiras porcamente ajeitada no calor do momento. O meu eterno devir. O maior pecado é a procrastinação, o deixara para amanhã. Enquanto arranho as portas do conhecimento, que é ínfimo, mas atrapalha do que ajuda. Já não tenho tanta paciência ou talento. Sou uma cópia da pureza que habitou em mim. Dos cachos dourados correndo livremente pelo parque. Confundo os dias enquanto fico acordado por horas a fio. Aperto o play, uma canção virá para trazer a nostalgia calhorda que ainda me faz vencer o cansaço de nada fazer. A dor nas no pescoço, desajeitado com a corda que o cerca. Um pavio curto, prestes a estourar, levando embora meus tímpanos e meu ódio. Não tenho estórias para contar. Apenas um fluxo de consciência q
Estiagem Nos meses de setembro, a secura do ar castiga na Ilha. Em todo o Brasil se dá notícia de calamidade pública, velhinhos desmaiados em filas. “Hoje, Em São Paulo, a umidade do ar chegou a alarmantes 20%. A Prefeitura já anunciou o Estado de Calamidade, onde todas as atividades comerciais externas estão, até segunda ordem, suspensa”. – dizia o repórter engomadinho, e com gel - sempre desconfia de pessoas que usem gel. Mas aqui, mas do que todos os lugares, a abrasividade do sol vinha sem dó. A boca secava em instantes, todos diziam “Bebam água, litros e litros por dia”. Em Brasília, com seus 10% de umidade de ar, seguia tranqüila. Até escola tinha! Os bebedouros de emergência, feitos de barro marca Passarinho azul - que acompanhou Fausto até os seus mais avançados estudos, no curso de seu progresso escolar - eram colocados nos cantos de cada sala, pelo auxiliares escolares. Sempre velhas moças, com o sorriso seus trintas, mas as marcas dos quarenta. Saiam de casa pelas quatro,

queixa

Um amor assim delicado Você pega e despreza Não o devia ter despertado Ajoelha e não reza Dessa coisa que mete medo Pela sua grandeza Não sou o único culpado Disso eu tenho certeza Princesa Surpresa Você me arrasou Serpente Nem sente que me envenenou Senhora e agora Me diga onde vou Senhora serpente princesa Um amor assim violento Quando torna-se mágoa É o avesso de um sentimento Oceano sem água Ondas: desejos de vingança Nessa desnatureza Bateu forte sem esperança Contra tua dureza Princesa Surpresa Você me arrasou Serpente Nem sente que me envenenou Senhora e agora Me diga onde vou Senhora serpente princesa Um amor assim delicado Nenhum homem daria Talvez tenha sido pecado Apostar na alegria Você pensa que eu tenho tudo E vazio me deixa Mas Deus não quer que eu fique mudo E eu te grito esta queixa Princesa Surpresa Você me arrasou Serpente Nem sente que me envenenou Senhora e agora Me diga onde vou Amiga me diga
Resta sempre algo a dizer. Aqueles pensamentos que mal chegam na boca, por serem francos, infantilmente verdadeiros. Sua franja forma uma perfeita mistura, faz parar o tempo, congelar o piscar de olhos. É uma guerra fria, onde nós, pobres humanos de coração quentes, morremos de frio, sucumbindo às mazelas do dia a dia da floresta de concreto. Vem o pos, a versão dois ponto zero. Estamos distantes, oceanos separam e aproximam, por meio de cabo cibernéticos submarinos, as almas que teclam. Aquelas que se transformam em códigos 010101010001010010101010010110101 binários, em palavras, vídeos e fotos. Transam pela rede, desnudos, com o de mais perverso na ponta dos dedos. O google# acha para você. Sozinhos em nossas casas, temos a sensação de estar juntos. Estamos? Não sinto vontade de escrever, o que há de belo, sublime em minha vida de burocrata? Em qual momento entre o cafezinho e o afrouxar o nó da gravata eu iria parar e ter um momento de ócio, contemplar o vazio, a respiração, o fat