Seiva Bruta

O silêncio que precede a decisão. Sim ou não? Nunca se duvida, tem que acreditar nisso para seguir. Começamos do nada, e agora estamos aqui! Sem consciência, atemporal acerca do questionamento da ação. Só queremos os créditos onde os mesmos são devidos. Palpitações, medo irracional, enfraquecido pela pendente cruz. Julgamento ah doc.  Onde estão seus amigos de verdade? Conto de fada, interesses sendo postos em delicadas camadas de mentiras. Risos, mãos que tremem, sobrancelha saltitante. A arte de ler pessoas, rostos.
            Quem sente vontade de rescrever a realidade? Que pulsa incessantes a frentes dos nossos olhos tácitos. Não há estória. Não é engraçado, pensar que cada uma de nossas ações, nos levam irremediavelmente à morte. Vou me preocupar comigo e dana-se o resto. Lá debaixo até aqui em cima. Humanos que empanzinamos, passam, todos curiosos. Mas o ser não ser abre, a aurora de uma primavera que reinou somente naqueles meses. Nostalgia! Saudade! Vem, bater no peito mais uma vez, para fora das amarras do objetivo cérebro.
            Resta o resto. O fim do primeiro ato. Quem nunca viu. Um retirada de cena, sem aviso. Senso de urgência, da avidez da sombra, do escuro que consome o palco como um buraco negro. O frio não incomoda, os dias são ensolarados, mas esta murcho, capenga e aleijado nosso herói, combalido com feridas das guerras do passado recente. Sem mais tempo para roubar ou mentir, voltou para casa. O bom filho – fracassado – sempre a casa retorna. O projeto de filho pródigo, Hércules seu nome, o primeiro, e o agora último, de sua linhagem  A incrível desfaçatez de franzir a testa, e dizer aleluia. O belo sino dobra constantemente, como batidas de relógio. E a meia noite, temos o silêncio.

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