Está tão frio nesse quarto branco. As sirenes e as vozes roucas parecem tomar o ambiente, desselugar já assustador. Olho para a janela e fico a pensar o que as pessoas fazem agora nesse momento. Tento fechar os olhos, para tudo isso passar mais rápido, o sonho não vêm. Abro os olhos; ou melhor semicerros-os. Ficar acordado parecer ser mais interessante. Pronto, abro os olhos por inteiro agora. Se passaram dois minutos e vinte e nove minutos, nesse relógio que está passa mais lerdo que todos os outros. Até o sangue que corre em minhas veias se encontra amolecido. Essas malditas sirenes, juntos com o badalar incessante da solidão. É, acho que minha vez chegou. Agora é que mexo os pés e a cabeça e vou-me para o mundo das rosquinhas e do infinito anunciado.
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as chuvas
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Hoje acordei, e a primeira coisa que vi, pela janela quadriculada, foi uma nuvem cinza. Era de um grafite bem leve. Pois, era como se quando, o preto fora misturado com o branco botaram a menor quantidade que poderiam; mas mesmo esse tantinho havia enegrecido um pouco a outrora coisa tão alva. E disso veio a chuva derramar o passado que o tornara negro e voltar a ser branco e límpido. Preparado para outra pitada de preto, ou quem sabe um copo inteiro, de um negro tão escuro que irá embaçar sua visão até o ponto de cegar, para que possa chorar - choro que vira chuva - e voltar a ver, a ser a página branca pronta para nova mão de tinta.