das putas, dos vinhos, do haxixe

Encontraram-se na frente do elevador privativo da cozinha. Meia noite e meia; fim do turno. A música ainda estava alta e os velhos mais tarados. Havia tudo do melhor, vinhos a 16 graus, Clicquot e Red à vontade. Armou com dois deputados, em trinta minutas na famosa sauna, havia também algumas primas.
- Você tem da boa, Seca? – para César
- Doutor, eu sou gostoso ou não? – disse rindo
No elevador; mãos bobas, dedadas, do jeito bacaniano que era o estilo do Le Grand. À medida que os andares passavam a lasciva era intensa, um sonho esfumaçado pela falta de sobriedade. Pararam os meninos um andar antes, sob o pretexto de trocar de roupa. Mas na verdade é para fuma o bom e criar coragem para transar com velhos e putas. Acho que todos não agüentavam mais.
Subiam as escadarias do hotel, céleres, aos pulos. Estava ele, César, Paulo. Haviam terminado o último turno. Estão altos, beberam sobras demais. Mas por ser o aniversário de um grande cliente, era uma exceção, e um sacrilégio não encher a cara. César pulava as escadas de três a três, já tirando o smoking, disse alto:
- Sairei dessa vida, vou ser um aviãzinho de hash. Depois que um francês que gostou de mim, e deixou pra eu leu Charles Baudelaire. Os barômetros espirituais têm que ser usados. Vou tirar de vocês a pressão atmosfera.
Antes de irem para a sauna, iriam para o topo do hotel para despedir-se de mais um pinguinzinho, como disse seu pai da primeira vez que o viu em trajes de garcon. Viam tudo, a calma serena da capital. Os poderes ali, soberanos, onde flâmula a bandeira verde amarela branca e azul anil. E de repente, Paulo acende o fuminho, e baforando:
- Vamos dominar isso tudo, vindo da sujeira, onde tudo é podre. Porra, “Seca” não tem o branco não; encarar esses nojentos não vai ser fácil.
Seca, lhe tomou o caximbo, com uma pegada grossa. E fumando com os olhos irritados, lhe diz na bucha:
- Ô seu engolidor de cobra, esse é o marroquino mais arenoso que você vai botar nessa boca imunda. E o trabalho é difícil, mas é o último trampo, depois um kilo e paz.
- Ei, ta achando que é microfone, Marlin. Esses vinhos me deixaram zureta. Alguém tem um cigarro? Hm, obrigado, homem –disse ele rindo e recebendo para dar sua tragada.
Ele olhava para o chão, que parecia se mover vagamente sentia em suas orelhas o brincar dos ventos. O prédio era alto. Estavam completamente alheios, quando alguém lembrou do compromisso. Despiram as roupas, ficando apenas de cueca.O andar de lazer ficava no último andar. Desceram o lance de escada pelo qual haviam subido. E se deparam com as saunas.
- Seca, Pau e Li! – uma voz de mulher, daquelas bem já velhas. Dava até para sentir o gosto de fumaça e as unhas vermelho-sangue, dando continuação à mão de galinha. Mas entraram na sauna seis, onde podia ouvir os gritos de prazeres das mulheres e os urros dos velhos. O Deputado chegou no ouvido de Lipe e disse:
- Vou te pegar por trás loirinho – e a fumaça o cegava, mas também o dinheiro. O mesmo dinheiro e comando que Alor falava, mais ele, resolveu satisfazer outra necessidade básica do homem. Enquanto ouvia os gemidos de quatro ou dez pessoas, tudo o que fizera lhe atordoou. Uma hora, não sentiu um dos pés e se precipitou para o lado, escorregando mais sem fazer estragos. Ao tatear pelos azulejos frios e molhados, sentiu uma perna lisa. Suas mãos encontraram um punhado de cabelos, que intuitivamente levaram sua língua a fazer arte. Sentia as mãos acariciarem mais de forma lasciva seus cabelos molhados. Gritava já. Uma hora cansou, tentou mover a cabeça para trás, às mãos forçavam-no para frente. Com um pouco mais de força consegui se desvencilhar. Mulher louca – pensou.
- É mais cem, linda, para eu fazer você afogar a gente.
- Isso, isso! –Disse ela, com certeza, sem realmente pensar.

Comments

Anonymous said…
Bom, bom, bom! Muito bom!
Anonymous said…
lazer é com 'z', bruninho!

gostei =)
Anonymous said…
Quero. Quero!
Anonymous said…
olá
sou aquela colega de sala do Ceub com algumas leituras em comum com vc. lembra?
então
dei uma passada rápida aqui
e me perdi um pouco entre as putas os vinhos e o haxixe...
gostei muito do que está logo abaixo e do texto da meleca tb...mas fiquei esperando que houvesse uma conexão ao final do ato civico com a meleca...vai saber pq...
de qualquer forma,
BANG BANG FRANK! YOU HIT ME!
e já está devidamente favoritado.


Renatta
www.fotolog.com/mrsdallowaystar
arghlemonster said…
...tem uns errinhos, mas no geral ficou foda.
Poeta Punk said…
haxixe....haxixe.......haxixe!!!!

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