peach puzz


Apesar de toda a seca que havia na cidade, quase como por um milagre, ela conseguia deixar sua pele macia e sedosa. O fazia só para o meu deleite. Apertava a bisnaga e entorna um bom bocado em suas pequeninas mãos. Passava primeiro na palma esfregando gentilmente. Depois, como em uma oração, aplicava o creme de pêssego, entre seus dedos. Após no pulso, e para se livrar do aspecto úmido, esfregou o braço inteiro.

Ao ver que eu a observa, ficou envergonhada e com o mindinho tirou alguns fios de cabelos que lhe atrapalhavam a visão. Ao passar meu nariz por seu pescoço senti a mistura de seu cheio natural com o creme; tão inocente, ela queria ser agradável com um olfato. Mal sabia que era minha visão que se deleitava.

Mesmo tudo estando tão ruim lá fora, sinto que aqui dentro nos poderemos mudar o mundo. Entreteçamos as mãos e olhamos para o teto, o cheiro do quarto não era páreo para o seu cheiro tão bom. Venha dizer que a vida se foi sem querer.

De sua boca me delicio com o extrato de pêssego. Mato minha sede com tua saliva.

Na madrugada adentro, depois de longas horas de discussão. Depois de ter te odiado por um instante, e de como me entrego para você, sem pudor. A beira do precipício, se o vento me soprar “vai” eu pulo, com os braços abertos. Eu vou te abraçar, para novamente sentir o cheiro e fazer carinho na sua pele delicada, apesar da seca.

Comments

Popular posts from this blog

2 0 0 9 20 0 8 0 6 crisanta

Seiva Bruta

VoltaatloVoltaatloVoltaatloVVoltaatloVoltaatloVoltaatloVVoltaatloVoltaatloVoltaatloV