gris dedans au bleu


As suas mãos estavam tão brancas, suas veias pareciam estradas. Passava sua mão esquerda na colcha, que parecia estar tão limpa e branca, mas estranhava por estarem tão lisas, não sofrendo atrito algum. Tentava tocar seu corpo, mas este lhe parecia tão frágil; tinha medo, muito medo. Queria fazer um poema sobre aquele momento, o seu grande momento, deveria se fazer algo estando naquele estado. O que ele ia fazer, dar um suspiro e pronto. Não! Queria dizer as coisas mais bonitas, mais humanas. Ir contra tudo e profanar a cruz. Acendeu a vela que estava do seu lado, apagou as luzes. Nenhum padre iria velá-lo. A vela é egoísta e fraca; na verdade não ilumina o quarto, só a ela mesmo, como todo seu esplendor branco e suas consistência dúbia. Fora de seu centro não havia nada, só a penumbra. Ah! A romântica penumbra, que tanta vez ele quis, ao ficar com uma mulher, para se ver revelada a ele, só ao toque, a visão era privada de tal conhecimento. Tinha medo desta penumbra, lhe ocultava mistérios, com vários diabos e anjos para tirá-lo de lá. Mas ele não queria, achava que podia viver mais, sentir mais coisas. Mas chefe, seu tempo acabou. Ponha sua roupa de domingo e venha, sem medo, ta? Uma mão fria por debaixo das cobertas faz com que sua espinha saia do corpo; passa devagar e sempre. Seu rosto estava virado de lado – estava observando a vela. Tentou levantar, afastar aquele frio que percorria seu corpo inteiro. Já não tinha mais a força. Olhou para o teto, alvo com o branco mais lindo, que dava para ver tudo. Suas pupilas se abriram – a luz acabava de ser acessa. Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii era o que gritava o aparelho. Não era para ele estar nervoso; sim, mas seus olhos só diziam o futuro. Como seus olhos estavam mais bonitos que nunca. papai noel

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