farsa


Percebe o tempo? Percebe a perfeição imprópria que gostaríamos de ter? O sorriso belo da bela de cabelos amadeirados. A neve que tomba e deixa o frio da indiferença mais frio que o frio polar. O pequeno café, o gosto amargo na boca. Com minhas mãos, derramo a vida na pia branca, agora amarela do preto do haxixe. Das porta batidas na cara, dos ”nãos “que levamos. Sabe aquela música que te faz lembrar dele? É a mesma que eu lembro de você, na madrugada sombria que me encontro agora. Minha mãe me disse, que eu tinha os dentes brancos, mas agora estão amarelados, como minha vida. Estou completamente sem rumo, sou um sonho que não deu certo, uma esperança estraçalhada pela cruel e fria realidade. Os poemas melancólicos e os livros, tão bem delineados pela ardência humana de abstrair a simples realidade, parecem ser o único escape. Escute o sax! Essa música que embala os sentimentos dos loucos, das danças. Cultura! O homem é um ser falante, e como uma praga, foi obrigado a dar sentindo a vida! Sentindo que ela, a vida, que não tem! As mortes seguem, as vidas seguem. Os mortos nos esperam, as crianças brincam inocentes, ou não? Do calor agora, que incomoda, que me faz querer sair para fora, para dentro do teu quarto. Vejo por sua janela, apenas uma fresta de luz. O que fazer? É preciso se achar pra se perder e se perder pra se achar. Será? A medida que as palavras se juntam, as monogamias acabam; a torre permanece lá, intacta aos amores e revoltas. A vida sem querer, feitas de tragédia e do caos, meticulosamente planejado. Das lágrimas triste que caem sobre a boca; que agora, como por milagre, sorri. Esperando a próxima estação, com você no coração, me apaixono mais uma vez por outra pessoa e te esqueço, para tão logo recordar de ti, e dizer a mim mesmo que me engano sistematicamente. Bem, das palavras que eu falei pra conquistar muitas, foram para você que eu queira falar. As verdades! O silencio puramente decorativo dos lábios que não se movem. A pequena parcela do meu pensar que grita de dor e medo com o que acontece nos dias atuais. O aceite daquilo que não concordo, que vou contra em meu raciocínio não-lógico. O convite que não recebi para entrar na festa da fé. Do novo que eu odeio, das mulheres que eu não tenho. Como é um dia acordar e ver transparente nossa finitude, o pesar dos segundos passando na sua perspectiva, torta e rasa. O fingimento das relações, que se mantem por elegância afetada burguesa, enfim, criticas infinitas que dirijo sobre o meu trono. O lápis está encostada à 45 graus, o relógio marca meio dia e o sol está a pino. Sem o mínimo tato, ando no escuro, pisando com meus pés lavados na lama, no egoísmo e imediatismo. São pequenas palavras escritas sem pensar, um fluxo de consciência que atinge o mais alto grau de descontentamento, da luta que já se entra derrotada. Você não passa mais aqui para me ver, abandona o teu amado na escuridão da tua memória. E assim, lembro dos meus dias de glória. Passos dados, de mão dadas, sem proposito algum. Vejo o mundo pelos meus diplomas; que vontade eu tenho de rasgar, queimar, como em entrando no mundo selvagem. Não quero mais conceituar a morte, isso não posso fazer. Quero viver livre; isso não posso fazer. As negativas implícitas do jogo, os limites do crescimento do espirito critico chegam agora ao insuportável, não tenho mais vontades de contar estórias, apenas descreve esse mundo analítico e cor de caixa, que suga a vida. A vontade e de rasgar a roupa também, gritar, cometer as mais perversas falhas de etiquetas, para depois, se recolher no canto e ver o dia nascer.

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