Resta sempre algo a dizer. Aqueles pensamentos que mal chegam na boca, por serem francos, infantilmente verdadeiros. Sua franja forma uma perfeita mistura, faz parar o tempo, congelar o piscar de olhos. É uma guerra fria, onde nós, pobres humanos de coração quentes, morremos de frio, sucumbindo às mazelas do dia a dia da floresta de concreto. Vem o pos, a versão dois ponto zero. Estamos distantes, oceanos separam e aproximam, por meio de cabo cibernéticos submarinos, as almas que teclam. Aquelas que se transformam em códigos 010101010001010010101010010110101 binários, em palavras, vídeos e fotos. Transam pela rede, desnudos, com o de mais perverso na ponta dos dedos. O google# acha para você.
Sozinhos em nossas casas, temos a sensação de estar juntos. Estamos? Não sinto vontade de escrever, o que há de belo, sublime em minha vida de burocrata? Em qual momento entre o cafezinho e o afrouxar o nó da gravata eu iria parar e ter um momento de ócio, contemplar o vazio, a respiração, o fato do meu coração bater, e meus neurônio se transformarem em ideias, e depois, para nada, vazio divino. As tuas entranhas de gosto acre. Os vários momentos de prazer visceral, sucumbidos em um cargo, algumas responsabilidades, prazos e escritório, cartão de visita, doutor, senhor, mestre, filho da puta. Aos poucos vamos vendendo nossa vida para a máquina que não cessa de trabalhar, artefato que é , tem que servir o homem. Arrobem as florestas e o útero da sua mãe, sinta o peso do meu ódio quando você me disse adeus. Seca, você pode sentir? Resta isso, o cinismo, a cara de pau de levantar e passar perfume. Preciso me encontrar. Mas me perdendo que me acho, e é do fundo do poço que ressurjo como fênix, delgado e proeminente. Cartola, deixe me ir, preciso andar.
& o corretor do word ainda não sabe o que é google.

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