kinder



A juventude transborda para fora dos limites do estabelecimento. O vento tem um cheiro de suor e sangue. O café é forte e desce amargo. O barulho da rua te chama para te devorar. As faces são um mosaico da esquizofrenia, o mundo partilhado e codificado. Sente-se apenas seguindo um velho curral de madeira, passando com a boiada por mais um giro na engrenagem. Com a gravata como gargalheira, conversamos, amamos, damos cria, rimos e por fim morremos. Então, a juventude tem que transbordar os grilhões e seguir para o espaço cibernético sideral, longe da terra, longe do chão.  As florestas como cigarros fumados até o toco, o cheiro nefasto da bituca jogada; poluída, nociva. O vômito da humanidade obesa sendo despejado nesse rio límpido, onde antes, habitavam botos e sereias.
Com a incrível capacidade intelectual, racionaliza tudo, transforma vidas em pedaço de papel, palavras descritivas para descrever fenômenos indescritíveis; vã filosofia, vã metalinguagem. As palavras distorcidas são os instrumentos da mentira, da furtividade  moral, da injustiça.   
 O peso da história, se arrastando milésimos de segundos atrás da realidade. O presente fugindo de forma efêmera, o oxigênio consumindo nossa carne sacra. O tempo divino passa alheio às mortalidades. Os passos são dados ao acaso. Os olhares dados ao léu. Sua alma, por trás de lá, está.
Os motores seguem em combustão. O lençol que nos protege do frio espacial, da radiação do astro rei. Rei dessa constelação, nessa dimensão. A dimensão D. Um, A, dois B, três C, quarta: D.  As religiões seguem ditando, dando o exemplo que não tem; vendendo a fé sagrada para construir seu império divino.
O que importa são seus pêlos eriçando, o leve suspiro, uma vergonha boba de estar exibido, nu, os olhos tentaram fugir para a animalidade, não querem se encontrar, muita racionalidade no ar. Quando em um momento, um dado espetaculoso momento, as duas almas se tocam, os fluídos percorrem todo os dedos, seios e peles nunca antes vista. Ao se lamber cabelo, morder, suspirar e falar; coisa impossível, da simplicidade de ser eterno enquanto dure. Enquanto dure o tempo. Todo tempo. As rosas estão sempre a envelhecer. O passo acelerando em direção ao mar frio. O frio na espinha ao se encontrar, solto no ..., sem peso para carregar.
Os piratas correm e morrem em seus tesouros. Os diques estão afundados no fundo do mar, com as belas esponjas, calmas e observadoras. E você parece muita linda para mim. Esperando o tempo que não passou. O futuro incerto, nas lindas manhãs que passam lestas com o sambar das horas, dos ponteiros. Tomei cuidado, pois sei que você estará lá. Linda para mim. É o resto da noite, vamos curtir. Rolando na parede, no teto e na cama. Cama pequena, de solteiro, seu peso, meu peso. Resto imóvel por uma eternidade. Acordo.


Comments

Popular posts from this blog

2 0 0 9 20 0 8 0 6 crisanta

Seiva Bruta

VoltaatloVoltaatloVoltaatloVVoltaatloVoltaatloVoltaatloVVoltaatloVoltaatloVoltaatloV