pagris


-->
O tempo passa rápido por dentro das mentes que cruzam o meu caminho. Eu paro, reflito sobre o badalar das horas, sem pressa, indo contra a corrente. A contemplação natural da vida, uma hora me soa pedante e sem objetivo. Entretanto, o ócio por vezes me parece pesar sobre os ombros. A sociedade, abstrata que é, afunda nossa animalidade até sua prática inexistência. Surpreendente a diferença dos países quentes e os frios. Os primeiros, os ajuntamentos de humanos se deu em plena conformidade aos ditames naturais, onde é respeitada a natureza como algo sacro, absoluto e materno. As tribus podem ser talvez umas das únicas formas de governo ontologicamente humana, uma meio termo entre o animal e o homem. Se faz tudo por todos, e todos são chamados a ajudar, compartilhar e a dividir. Não existe o conceito de um núcleo familiar, mas sim uma única família que engloba todos os sujeitos sem discriminação. Não existe racismo, discriminação sexual ou material. O único critério de diferenciação é o da idade, pois esta, sempre traz sabedoria e agrega valor a coletividade, onde o que é importante, é passado de pai para filho. Os mais velhos passam oralmente seu conhecimento, e assim, perpetuando a harmonia com seu ambiente. Os estudiosos  dizem que esse tipo de história oral é falha e cheia de imprecisões; penso justamente o contrario; o falar carrega muito mais nuances que a escrita. Já nos países frios, a natureza é inimiga, traz o frio que mata. Não se pode ficar parado e contemplar, o movimentos é constante para se preparar para o próximo inverno. Se inventa todo tipo de artefato capaz de manter o que não é humano do lado de fora da porta. Sai daqui brutalidade animal, deixe eu me esconder por detrás de meus óculos e papeis, da minha caneta metralhadora que mata mais que qualquer peste. Abstraia todas as coisas, sinta vergonha do seu corpo e de seus sentimentos. Ligue para sua mulher amada, para logo então desistir, sem dizer que pensa nela incessantemente desde o momento que a vi pela primeira/última vez na caixa de metal que serpentei o caracol que é Paris. Venha a chuva, o vento e a neve; para te soterrar em trabalho, livros e compromissos. Olhe sem saber para o relógio que controla a sua vida e não te dá saída, mesmo quando o sol, astro rei, insiste em lutar contra as nuvens e aparecer para alegrar seu dia e te dar vitamina C. Atenda o telefone do seu chefe, deixe as pessoas que ama para resolver os problemas dos outros. Seu filho recém nascido sendo amado por uma pessoa que VOCÊ considera inferior, quase um bicho. Nesse grande jogo que é a vida pós moderna, ganha quem morre com mais brinquedos. Existem tantas pessoas especiais, envolvidas em suas vidas e projetos que te fazem esquecer de tudo em uma noite sonhada em vão. Os olhos possuem raios de energia que penetram diretamente na mente dos outros, mas, por aqui, só se sente uma vergonha boba de sentir nu, mesmo estando todo vestido, o julgamento de um par, uma espada afiada que atravessa a armadura, contra tudo e todos. A desconfiança a priori , o se armar para o confronto direto,  pronto para a acareação, um ante um outro, sem o polido bom dia e o sorriso automatizado. Tudo bem contigo? Como vai a vida? A humanidade foi feita de sangue, ódio, amor e deus. A demarcação de territórios, cultura e povo. A história contada pelo o vencedor, distorcida pela vaidade da vitória, escravos do ego e do prazer seguimos a passos largos para o futuro que nós espera com uma pá e uma cova recém aberta, estuprando o presente e esquecendo o passado. Au revoir!

Comments

Anonymous said…
Hi, guantanamera121212

Popular posts from this blog

2 0 0 9 20 0 8 0 6 crisanta

Seiva Bruta

VoltaatloVoltaatloVoltaatloVVoltaatloVoltaatloVoltaatloVVoltaatloVoltaatloVoltaatloV