estiagem

Nos meses de setembro, a secura do ar castiga na Ilha. Em todo o Brasil se dá notícia de calamidade pública, velhinhos desmaiados em filas. “Hoje, Em São Paulo, a umidade do ar chegou a alarmantes 20%. A Prefeitura já anunciou o Estado de Calamidade, onde todas as atividades comerciais externas estão, até segunda ordem, suspensas”. – dizia o repórter engomadinho, e com gel - sempre desconfie de pessoas que usem gel. Mas aqui, mais do que todos os lugares, a abrasividade do sol vinha sem dó. A boca secava em instantes, e se concentrava em uma gosma branca e todos diziam “Bebam água, litros e litros por dia”. Em Brasília, com seus 10% de umidade de ar, seguia tranqüila. Até escola tinha! Os bebedouros de emergência, feitos de barro marca Passarinho azul - que acompanhou Fausto até os seus mais avançados no curso de sua educação - eram colocados nos cantos de cada sala, pelo auxiliares escolares. Sempre velhas moças, com o sorriso seus trintas, mas as marcas dos quarenta. Saiam de casa pelas quatro, acordavam os filhos, banhava-os para estar na parada às seis, para chegar ao Plano às sete. E ter que ser reprovada pela a imediata superior dela, a bedel. . A água que sai gelada, refrescando o interior do corpo; e naquelas condições, muito mais saborosa. Na segunda aula, Fausto rabiscava a carteira, treinava desenhar dragões. De uma respirada e viu que seu nariz estava cheio de melecas. "Oba" - já afiando os dedos hábeis. Saia uma mais seca que a outras, pedaços meio dourados e outros meio pretos. E quando ele ousou mais, vermelho de sangue. Na imediata hora em que puxou para fora seu indicador, e viu uma meleca amarela e em seu centro um pouco de sangue coagulado, Um choro resmungo de voz baixa e casta ecoa do fundo da sla à esquerda.
- Professora, tenho ir ao banheiro, meu nariz está sangrando! – Quando olha a turma inteira para a Fernanda, uma menina loirinha de Minas. Estava sangrando em bicas, os nervosos cuidados da menina só serviam para manchar sua blusa. Seus cabelos, finos como teia, iam aos poucos grudando seus cabelos, quase alvos no sangue que estava espalhado pela sua bochecha; com o mindinho, ela tentou tirar esse cabelo e jogá-los para detrás da orelha, ao deslizar pela pele macia, três finos traços de vermelho foram marcados nela. Ficou parecendo uma gatinha. Fausto sorriu para ela, e ela levantada no meio de toda turma, se atrapalhando por todas as carteiras, quando passou por ele sorriu, e com as mãos juntas entre os joelhos se foi.

E depois dela, um por um, dos alunos recém chegados de outros Estados - vários por causa do funcionalismo público – iam sangrando. Alguns outros vomitaram. Meninas desmaiaram. E teve um pirralho alagoano espirou no ventilador. Mas Fausto gostou do sangue, por ter sido inicio de seu flerte descarado. No chão tinha uma gotinha, ele lambeu. Do mal se misturando no bom; fácil assim.

Comments

Bassáltamo said…
não vale prima que lê e não comenta.

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