Hei, posa para mim! Das pequenas ruas por onde ele entrava, palpitante, suado. Sempre com os bolsos cheios de coisas. Fazia um noite fria. E ele, como sempre, sem os agasalhos necessários. Pensando na garota errada na hora certa. Dizendo muito sem receber nada em volta. Tenho muita vergonha de saber o que eu sei sobre você. Não obstaria de voltar, a fazer tudo novamente, mas que fosse apenas eu. Gostaria de ser alguém melhor, quem sabe em outra época. Naquele tempo, o que sempre imaginei em meus sonhos mais secretos, você me deixaria do mesmo jeito. Mas calma, não tem problema. Nunca me vi bebendo água por isso. A rua amarga me chama novamente, não sei mais viver sem pronunciar seu nome na calada da noite, sozinho e embriagado. O teu cheiro de manhã. A uva passou, não haveria de estar na fruteira da nossa casa. As meninas que vi brincar estavam no parque, balançando no balanço vermelho, a suave ventania cortava o penteado, caprichosamente, feito pela mão maternal. As pequenas coisas, g...
As plataformas do silêncio absoluto do pesar. Os gritos que vem da sombra escura do teu ser. A pulsação equivalente ao de um terremoto. As horas passadas olhando para paredes e relógios. Sem graça, com um olhar torto, inconveniente. Os sinais vermelhos sangue. As pinturas dos muros, difundem o caos urbano, traços finos, fortes, criando um espelho. E reflete o mundo, as pessoas, as injustiças, o amor, a esperança e revolta. A droga que me faz pensar, me faz rir como um menino, trazendo-me de volta à minha infância: Aurora da minha vida. Ilustre beleza que ninguém vê. Raros são os pontos inusitados dessa jornada. O vidro do carro/avião separa! Nuvens quadradas, ritmos de dança e palmas. Palmas para a vida, que insiste em me surpreender, um salva de aplausos para a lua: solista cor de prata, linda nos monólogos noturno, soturnos, como gato preto com olhos amarelos. No balanço do seu rabo, seu bigode esguio bailando pela casa sem ver. Recordações são tudo o que eu tenho para mim. Expressa...
Habemus bellus A guerra; batalha entre opostos, ciranda de movimentos antagônicos, onipresente desde o tempo em que o homem era bicho. A capacidade de amar e odiar na mesma intensidade, sem alguma lógica; querer ter para si a essência do outro, subjugando, infantilizando, escravizando com um objeto desalmado. Não haverá paz, bonança em mares cristalinos como deseja a utopia dos doutores. Não entende você a entropia, o caos, a inquietude perturbadora do vento? Alheio, livre, leve para flutuar autônomo como criança que passeia perigosamente sobre o fio da navalha, beirando o precipício; absurdamente irresponsável.. Escrutinamos as entranhas da personalidade, abstraindo dela um milhão de coisas, menos o óbvio; o presente estado. Por necessidade, nossa percepção é atrasada, se arrasta milésimos de segundo atrás do instantâneo improvisado. Os reflexos sendo projeções de um cenário plausível. Cerra os delicados punhos para me agredir, avanti , com olhos mercúrios ...
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