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No chão os chicletes amassados são como as estrelas no céu. Dentro da minha cabeça um milhão de perguntas sem respostas, coisas bobas, coisas sérias. A bondade que acho que tenho não é cristã, nem de quaisquer outras religiões disponíveis. Eu penso sobre coisas, coisas que não fazem sentido algum a não ser para mim. Pára, pára só um minuto. Os meus olhos dão a volta no globo ocular, à direita vendo uma criança brincar, e ao seu lado, namorados a se beijar. Simultaneamente, sinto uma inveja dupla; da criança por carregar a pureza nos atos, sem malícia, e dele, que segura a mão dela tão gentilmente, e a beija nos lábios com sua tácita permissão. Não há como evitar! Minha mandíbula rói minha boca, tento esconder tudo atrás da minha educação. Deveriam as pessoas andarem assim tão rápido? Tão rápido, que não posso atingi-la com minhas palavras. Mentira minha se disse que são de minha autoria, de meu próprio punho. Apenas pesco no ar um ou duas coisas, e, mesmo assim, só quando sou humilde o suficiente para ser digno delas. Já faz tempo e tudo anda nos trilhos indo descarrilar. As conjunturas que nos fizeram amar também fazem odiar. Um ódio negro que faz mal ao seu hospedeiro. És mais do que acha que é. És minha. És humana. E, enquanto caminho sem saber onde estou, pego a estrada mais perto de você e para longe de mim.

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