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Fausto andava uma quadra a mais que a do colégio quando chegava mais cedo à aula. O sinal batia às duas da tarde para os alunos do turno vespertino. Ele pegava o ônibus para a W3 Norte logo após do almoço, com a barriga ainda cheia, sonolento e com bafo de comida, que nenhuma escovada tira. Dependendo no trânsito caótico da via, cheios de sinais vermelhos, movimentação dos escritórios do Setor Comercial Sul, saída de shoppings, escolas; tudo convergia para a W3 Sul. Mas havia dias, quando o motorista estava inspirado, e os deuses também, que o ônibus 4523 da Viação Planeta pega a onda verde de sinais. Com uma constância de 60km/h embarca assim com uma corrente marítima. Portanto Fausto chegava muito mais cedo, às 1:15 e não querendo entrar de imediato no antro educacional de paredes verdes vômito ele aproveitava esses trinta minutos para ficar no parque, uma quadra acima do Salles.

Esse parque é um oásis no meio do deserto. Dava para a W4 Norte tinha um prédio baixo, de três andares e servindo de muro as lindas casas das 700. Nem era grande coisa, apenas grama seca marrom e alguns cantos de poeira fina. Mangueiras gigantes, que devem estéreis pois só o que se vê são as flores, milhares delas e nada de manga. No meio disso tudo era um parquinho.

O sol ardia no coro cabeludo de Fausto o almoço pesado e o gosto de comida comida. Nesse parquinho tinha um aparelho de argolas, uma ponte, um balanço e um banco de areia; todos feitos brutalmente de toras de madeiras pintado apenas de azul, amarelo e vermelho. Ao passar os olhos pelos aparelhos, do outro lado, viu uma pessoa se balançando no balanço de pneus. Apertando os olhos viu quem era. Marina.

Automaticamente todos os seus poros começaram a inundar-se de um suor congelante, o coração batia como motor de locomotiva e apitando sem parar. Fausto começou a ouvir o canto dos pássaros, as formigas trabalhando, o vento. Teve que se aproximar dela. E vendo ela de costas, cantarolando ou murmurando alguma canção do rádio, sentiu seus joelhos fraquejarem.

- Quer que eu te empurre, Marina. O legal do balanço e tirar os pés do chão e fechar os olhos. A menina que experienciava sua primeira menstruação e sentiu frágil e não hesitou em ser conduzida por ele, de fato ela até gostou.

- Ta, me balança bem forte. – e cruzou as pernas e as manteve perpendicular ao chão. Fausto olhou bem as costas de Marina. Posou suas mãos um pouco abaixo dos ombros e empurrou o mais forte e suave que pode e teve o deleite de ouvir os gritinhos agudos que abriam a porta para a excitação. Um hora quando Marina estava voltando para seus braços, Fausto suavemente a segurou por trás e a abraçou e botando suas mãos instintivamente em seus pequeninos seios. Nessa hora, ele sentiu a garota desabar ante seus carinhos, Fausto beijou por entre seus cabelos sua nuca, Marina se excitou com em um banho e ficava ainda mais ouvindo a respiração ofegante dele.

Por um pudor, isso durou apenas quarenta segundos, ambos sentiram desconfortáveis por saberem que estavam em um lugar público, no lugar mais público do país. Ficaram com muita vergonha de si mesmo. Fausto não se conteve e se aproximou, ainda atônito com toda aquela situação e agachou perante sua amada e inocentemente entregar sua inocência. Dali para frente tudo iria mudar.

Comments

Poeta Punk said…
"Fausto...sagaz conquistador
Fausto grama....Marina Flor!"

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