hermafrodita

O arrepio vem de todo lugar. A cama é rosa, a cama também, e os lençóis. Ainda está de dia e a cortina deixa passar o sol morto das cinco da tarde. Ela tirou apenas a camisa, para facilitar para mim que estava muito nervoso. Apenas passava a mão em sua barriga, forte, agarrava e apertava a camisa e deixava-a muito amassada. Minha mão ia contra o tecido e sentia sua quentura, sua umidade; mas não tirava nada - parecia mais um cachorro enquanto core para um carro, latindo feroz; quando este pára, se vê confuso. Ela botou a mão em meu peito, fazendo um carinho e me afastou, ou melhor, se afastou; e quando fui como um animal ele me parou, me afastou. Olhou no fundo dos meus olhos e abaixou a cabeça, e seguiram seus cabelos que obedientes caíram também. Ficava fazendo biquinho enquanto abria a porta para o paraíso. Era moreno e tinha a barba por fazer. Precisava dele em mim. E enquanto beijava meu peito mordiscando eu me tocava de modo brutal. Sua mão ia como uma caneta rabiscando-me toda de vermelho; escrevia: puta, lasciva, mulher, safada. Contornou com a mão suave meu umbigo e me disse: "Para sempre". E eu virei, caprichosa e manhosa. E quando me dei conta e já estava dentro de mim. E ela pediu: "Vem, vem aqui" - e eu olhava para baixou envergonhado, e ela sorria feliz. Puxei suas calças; sua perna lisa que esperneava dançava para se ver livre daquilo tudo. Quando cheguei ao fim, até jogar sua calça de lado, subi novamente, com a ponta da minha língua molhando meu caminho. Subi em cima dela para que sentisse meu peso. Ficou com a fase avermelhada, mas deu uma risada soltando o ar todo e ficou confortável naquela posição. Por segundo fiquei por lá. Ela tirou alguns fios soltos da cara; linda. E o natural se fez.

Comments

isabel said…
Com muita naturalidade se faz o natural.
:)

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