na santa paz. na paz preta e calada.

Não foi quando seu cachorrinho se foi, nem quando a vovó dormiu para nunca mais levantar.

- Ela ta com papai do céu, meu filho. Tá em paz. – dizia papai.

Quando foi exatamente que isso aconteceu? Nos desenho nunca se releva o real valor da morte; lá é feito de forma caricatural. Olha a alma indo com a auréola alvíssima com os olhos bondosos para junto de..., dele mesmo. Mas o desenho acaba aí, os créditos rolando e sem explicação. Mas quando menos se espera está mais interessado no próximo.

Uma vez, corria de bicicleta por entre os prédios; domingo de sol, agradável. As luzes faziam as cores saltaram aos olhos. O vento corria pelas cochas, os cabelos e mãos suadas. Mas pedalar é um esforço mínimo, se esquece vendo o céu aberto, um azul lindo, combinando mais do que o usual com a nuvem. Aqui dá para se ver tudo.

Vê uma coisa, cor cinza de sei lá o que. Uma cor meio morna. Decidiu; vou passar por cima – a decisão foi feita em milésimos. A bicicleta não passou por cima; quer dizer mais ou menos. Era um coelhinho morto e a roda esmagou seu cérebro mas não conseguiu avançar pelas delgadas costelas. Tropeço escandaloso, de um instante passou do nível médio para o inferior, caracterizado então com ser rastejante, semovente. Rasgou o joelho, a pelezinha pendulando de um lado para o outro suportado por uma nesga de carne suja de detritos do chão, arranhou o cotovelo, mas nada de mais grave. Ao procurar forças para se levantar, girou só a cabeça para cima e se viu diante do seu encalço. Costela qual não havia obtido êxito em escalar. O pobre comedor de cenouras tinha apenas um dos olhos preso a si, e este estava fechado; o outro se encontrava não mais que alguns centímetros, lindo, uma das bolas de gude mais cara. E seus dentinhos, símbolos de vitalidade e resistência, agora eram constantemente mostrado e com sua língua, raramente vista, expostas. E só com aquela imagem pode ele realmente sentir o falecimento de uma criatura viva. A língua podre para fora. Pode relembrar o peso da carne e da roda atrapalhadamente explodindo o cérebro laranja do pernalonga. Deu um grito curto, e tampou rapidamente com a mão; crispou tudo, até o ânus, não passaria um fio de cabelo por lá. O som estava ecoando em suas mão e de volta para ele. Não adianta nada. E gritou novamente. Era melhor ficar atônito, calado. Mostrar indiferença sobre a morte e algo natural, e se tem compaixão; por todos os seres.

Comments

isabel said…
A morte. Qual a pior? A física ou a do espírito?

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